quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Dissertação
A filosofia de Caeiro baseia-se na objectividade e naturalidade como este vê o mundo, no qual está presente a natureza captada através de sensações, e a recusa do pensamento.
Nas suas obras, a natureza é muitas vezes comparada com a vida real, é o caso do poema “O Guardador de Rebanhos”, em que Caeiro se assemelha a um pastor, que dá valor a sensações audiovisuais e desvaloriza o pensar, como se pode observar no seguinte verso: “Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…”. Também se nota o predomínio das formas verbais olhar e ver.
Caeiro é-nos apresentado como um simples “guardador de rebanhos” que vê o mundo de forma objectiva e concreta, demonstrando a sua ingenuidade, espontaneidade e o seu estilo próprio, visível no poema Ide “O Guardador de Rebanhos”.
Embora este afirme que recusa o pensamento nos seus poemas há raciocínio quando é necessário argumentar. Este usa a conjunção subordinativa porque, exemplos que mostram a necessidade de raciocínio para argumentar. Além disso, a sua filosofia implicou algum raciocínio, pois ao explicá-la demonstra intelectualidade. Porém, este evita pensar para não ter perturbações, afirmando que “pensar incomoda como andar à chuva”.
Concluindo, Caeiro surge como um poeta inocente e natural que recusa o pensamento, embora este apareça na explicação da sua doutrina. E, como os outros heterónimos, tem a presença de Pessoa quando este recusa o pensamento para evitar a “dor de pensar”.
Carolina Soares
Nº 9 12ºB

Sem comentários: